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Notícia Fomento Leiteiro Auriverde: mosca do chifre

Considerada um grande problema para a bovinocultura de leite e corte, a mosca-dos-chifres é uma praga mundial e encontra-se dispersa por todo território nacional, trazendo muitos prejuízos econômicos à pecuária nacional.

O ciclo biológico da mosca-dos-chifres é semelhante ao de outras moscas, sendo muito rápido em condições favoráveis de temperatura e umidade, porém durante todo o ano pode-se observar a presença da infestação sobre os animais, sendo menos intensa durante o período de inverno.

Além da atividade hematófaga (se alimentar de sangue) da mosca-dos-chifres, com suas picadas dolorosas e incessantes durante todo o dia sobre os bovinos parasitados, causam ao animal infestado uma agitação e um estado crítico de estresse, o que vai acarretar na perda de produção de leite bem como de carne.

Calcula-se que as perdas econômicas ocasionadas pela presença da mosca-dos-chifres nos rebanhos bovinos brasileiros são superiores à R$ 1,6 bilhão de reais por ano. Ela tem uma particularidade que é de posar no animal na posição “cabeça para baixo”, conforme figura.

O controle da mosca-dos-chifres deve considerar as épocas de maior vulnerabilidade do parasito, ou seja, no inicio do período quente onde elas começam sua maior reprodução, pois quanto menor a população mais fácil o seu controle. Hoje existe grande variedade de produtos pesticidas para controle das moscas, que são os inseticidas piretróides e organofosforados, que estão disponíveis de várias formas: pour-on, banhos sarnicidas e brincos são os de uso mais comum e de baixo custo.

A cada dia surgem mais moscas resistentes aos produtos químicos. A resistência aos pesticidas é considerada como um fenômeno de origem genética, onde uma ou mais mutações conferem à mosca a capacidade de sobreviver à exposição aos inseticidas. A seleção causada pelos tratamentos químicos leva ao aumento da frequência de indivíduos resistentes na população, com consequente redução da eficácia dos produtos inseticidas.

Apesar das resistências, poluição ambiental, produção de resíduos químicos na carne e no leite e a toxicidade das bases para as pessoas que aplicam as formulações parasiticidas, estes produtos são essenciais para o controle das populações de ectoparasitas. No entanto o uso exaustivo de formulações pesticidas é responsável pela perda de eficácia das bases e determina o surgimento e a fixação de populações resistentes tanto da mosca-dos-chifres quanto do carrapato bovino, uma vez que muitos destes produtos também são indicados para o controle do carrapato dos bovinos.

Assim, o tratamento químico dirigido a uma espécie parasitária impõe uma pressão de seleção indesejável à outra, já que a mosca-dos-chifres e o carrapato dos bovinos encontram-se sobre o mesmo hospedeiro. Um dos motivos do difícil controle das moscas do chifre se da pelo motivo de elas se reproduzirem nas fezes frescas dos animais na pastagem, e os produtos são eficientes somente em aplicações no animal. Conforme mostra a figura a seguir.

O diagnóstico precoce da resistência pode viabilizar o uso mais adequado das bases pesticidas disponíveis para o controle das infestações da mosca-dos-chifres. No entanto cada propriedade ou região pode ter um produto mais indicado ou no momento com menor resistência, não podendo assim, ter-se um único produto eficaz para 100% das propriedades. Em cada propriedade se deve estudar um produto para uso.

Jonatan Zanchi

Médico Veterinário

CRMV 05135

Dep. Técnico Fomento Leiteiro Auriverde

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