Geral

Fomento Leiteiro Auriverde: Você conhece a curva de lactação das vacas leiteiras especializadas?

Por: Guilherme Fernando Mattos Leão

Médico Veterinário, MSc, Doutorando em Zootecnia (UFPR)

Dep. Técnico Fomento Leiteiro Auriverde.

 

Dentro de uma propriedade dedicada a produção de leite, existem diversos fatores que desafiam as vacas diariamente. Assim, para que uma determinada dieta ou estratégia de manejo seja efetiva, é necessário o conhecimento profundo destes fatores. O melhor entendimen­to do “universo” acerca da propriedade gera, consequentemente, melhorias na tomada de de­cisão de forma estratégica, a fim de otimizar a produção de leite, entender as necessidades fisio­lógicas particulares de cada animal ou, ainda, selecionar os de melhor de­sempenho.

A curva de lactação é uma ferra­menta consagrada, que gera informa­ções bastante pertinentes ao manejo e é extremamente utilizada para os fins supracitados. No entanto, que in­formações são estas? Como elas vão refletir no manejo a ser adotado dentro da propriedade?

Curvas de lactação são, por definição, representações da variação da produção de leite diária do animal, em função da duração da lactação, e podem ser utilizadas para estimar a produção de leite ou para di­vidir a lactação em estágios. O formato desta curva depende de três fatores principais: pico, persistência e duração da lactação, tratados na Figura 1.

O pico de lactação (Ponto 1 na Figura 1) é entendido como a maior produção de leite registrada pelo animal. Fisiolo­gicamente, ocorre entre 45 a 60 dias após o parto. A persistência de lactação (Ponto 2) seria o quanto a vaca “consegue manter” a produção máxima atingida durante toda a lactação. Para ilustrar tal fato, se gerarmos um comparativo entre vacas multíparas (mais de um parto) e primíparas (vacas de primeiro parto), pode-se inferir que as multíparas apresentam maior pico e são menos persistentes que primíparas.

Isto pode ser explicado, fisiologicamente, pelo fato deste animal ainda estar em crescimento e a demanda nutricional ainda ser diferente daquela de uma vaca adulta. Outro ponto que reforça tal hipótese é o de que vacas de tercei­ra parição, ou seja, aquelas que já têm o peso adulto, possuem maiores picos.

A duração da lactação (Ponto 3) seria, em média, de 305 dias (10 meses), segui­da de um período seco, normalmente de 60 dias. Vacas de alta produção tendem a apresentar mais problemas de reprodução. Em virtude disto, em muitos casos, a duração da lactação é estendida.

Vacas que não são especializadas, ou seja, não possuem melhoramento genético para produção de leite, a exemplo das raças cruzadas, o pico, a persistência e também a duração da lactação são menores.

Figura 1. Curva de lactação de vacas leiteiras especializadas. Elaboração: O autor.

Tendo em vista este cenário, busca-se sempre otimizar o pico de lactação, melhoran­do a qualidade e o balanceamento da dieta ofertada. Vale ressaltar que todo leite potencializado no pico acarretará mudanças residuais durante toda a lactação, ou seja, aumentará automaticamente a persistência, desde que a sanidade do animal não seja comprometida. Além disto, a escolha de animais que geneticamente tenham maior persistência ou a adoção de tecnologias que aumentem a persistência, como é o caso do BST, são estratégias interessantes que podem ser usadas quando se pensa em explorar a produção de leite.

 

Precisamos utilizar cookies para coletar informações sobre sua navegação em nosso site e melhorar sua experiência. Visite nossas páginas para maiores informações clicando nos seguintes links Política de Privacidade e Política de Cookies
Você aceita o uso de cookies?
Cookies necessários
Google Analytics
Facebook Ads

Auriverde Matriz
(49) 3646 3700 / Cunha Porã - SC
auriverde@cooperauriverde.com.br