Geral

Fomento Leiteiro Auriverde: tristeza parasitaria bovina (TPB)

Por: Jonatan Zanchi

 Médico Veterinário

Depto. Técnico e Fomento Leiteiro Auriverde

A TPB é uma doença infecciosa e parasitaria que pode ser causada por dois agentes distintos, mas que possuem sinais clínicos e epidemiológicos muito parecidos: a Babesiose (babesia bovis e babesia bigemina) e a Anaplasmose (ricketsia Anaplasma marginale). Ela é transmitida por carrapatos (Boophilus microplus) e moscas hematófagas (Stomoxys calcitrans, tabanídeos, culicídeos), trazendo muito prejuízo para a pecuária leiteira como a pecuária de corte.

No Brasil, em 1985 o Ministério da Agricultura estimou uma perda de U$ 1 bilhão de dólares, sendo que em 2002 estimou-se uma perda superior a U$ 2 bilhões de dólares, causada por carrapatos e as doenças por eles transmitidas.

A Babesiose é exclusivamente transmitida pela picada de carrapato do gênero Rhipicephalus (boophilus) microplus. O período de incubação ou o tempo que leva da picada do carrapato até o aparecimento dos sinais clínicos pode variar de 7 a 14 dias. Em alguns casos pode levar o animal a óbito em poucas horas após o aparecimento dos sinais clínicos.

No caso da Anaplasmose, os carrapatos são os principais transmissores, porém outros insetos hematófagos (que se alimentam de sangue), podem ser transmissores dessa enfermidade, além de agulhas e outros materiais compartilhados e contaminados. Nesse caso o período de incubação pode variar por vários fatores – quantidade de Anaplasma inoculado, resistência do próprio animal, mas geralmente ficando entre 21 a 35 dias após a picada do carrapato ou insetos hematófagos.

 

Sinais clínicos     

A infecção é causada pelo desenvolvimento e multiplicação de babesias ou anaplasmas nas células sanguíneas. Os sinais clínicos são muito semelhantes para os dois agentes, com destaque para febre de 40 a 41,5°C, anorexia, apatia, emagrecimento, taquicardia (aumento nos batimentos cardíacos), taquipnéia (aumento na frequência respiratória), icterícia (coloração amarelada da pele e mucosas) visto somente em casos de Anaplasmose, hemoglobinúria (urina escura cor de café) visto somente em infecção por babesia, além da ocorrência de sinais nervosos em alguns animais.

 

Diagnóstico

O diagnóstico deve ser feito pelos sinais clínicos, característico da enfermidade, ainda como forma de confirmatório e para diferenciar a babesia de anaplasma, pode ser feito coleta de sangue e fazer esfregaços sanguíneos em lâminas e corados com Giemsa. Esse diagnóstico é dificultado pela baixa quantidade de parasitos na corrente sanguínea mesmo em fases agudas.

 

Tratamento

O tratamento vai se basear em eliminar ou destruir as babesias e anaplasmas presentes na correte sanguínea, para destruição da babesia se recomenda a utilização de aceturato de diminazeno, dipropionato de imidocarb, diisetionato de amicarbalina e fenamidina. O aceturato de diminazeno é um dos mais utilizados e a sua dosagem recomendada é de 3,5 mg/kg de peso vivo.

Já para tratamento da anaplasmose, pode se usar vários fármacos, porém o mais utilizado e possui uma boa ação é a oxitetraciclina na dose de 20 mg/kg de peso vivo em dose única. Muitas vezes a babesiose e anaplasmose estão associadas em um mesmo animal, por esse motivo e por geralmente não se fazer um diagnóstico diferencial, se recomenda a utilização de oxitetraciclina e aceturato de diminazeno nos animais.

Geralmente uma única dose é efetiva, porém alguns animais necessitam um reforço em torno de 48 horas após a primeira aplicação dos fármacos. Em casos mais severos onde o animal está bem debilitado pela doença recomenda-se realizar uma transfusão de sangue além de uma terapia de suporte a base de vitaminas e hepatoprotetores.

 

Prevenção

A prevenção se consiste em manter um bom controle de carrapatos, realizando controle químico e rodizio de piquetes buscando quebrar o ciclo do carrapato demonstrado na figura a seguir bem como um bom manejo e higiene de materiais que são compartilhados dentro dos rebanhos.

 

Fonte: Ouro Fino Saúde Animal

 

Fontes:http://rehagro.com.br/tristeza-parasitaria-bovina-saiba-mais-sobre-a-doenca-que-causa-grandes-prejuizos-na-pecuaria-reduzindo-a-produtividade-dos-animais/

http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/80755/000902174.pdf?sequence=1

http://www.blog.agrocampogiordani.com.br/tristeza-parasitaria-bovina-guia-completo/

 

 

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