Geral

Fomento Leiteiro Auriverde: planejamento forrageiro

Por: Hélio Prestes

Técnico Agrícola – CREA 61.526-8

Depto. Técnico e Fomento Leiteiro Auriverde

O objetivo deste artigo é discutir algumas alternativas para produção e manejo de pastagens para bovinos leiteiros, incluindo planejamento forrageiro para todas as categorias dos bovinos da propriedade. Os muitos anos de experiência na atividade leiteira me mostraram uma variabilidade enorme na oferta de volumosos durante o ano, com períodos de escassez e outros com excesso, na mesma propriedade, sintoma claro da falta de um Planejamento Forrageiro adequado.

Os sistemas de produção de leite baseado em pastagens incluem àqueles em que as vacas obtém a maior parte dos nutrientes para a produção de leite em pastejo. As espécies tropicais (capim pioneiro, gramas tifton, sorgos e milheto), são mais difíceis de manter valor nutritivo elevado e, raramente, propiciam produções de leite diária superiores a 12 kg/vaca sem suplementação. Já as espécies temperadas (aveia, azevém e trevos) podem atingir produção diária de leite superior a 20 kg/vaca, porém o maior problema está em manter oferta elevada de forragem de lâminas foliares verdes nas pastagens durante todos os dias do ano.

As gramíneas tropicais são os principais componentes das pastagens brasileiras. Elas crescem rapidamente em condições favoráveis de temperatura e umidade no solo, mas concentram mais de 70% da produção de matéria seca (MS) durante a primavera-verão. Existem poucas regiões do mundo em que agricultores são bem-sucedidos em um planejamento forrageiro a pasto durante o ano todo. Entre elas inclui-se praticamente toda a região Sul do Brasil. Nessa região é possível desde a utilização das pastagens naturais até as mais variadas espécies tropicais e temperadas cultivadas nas principais regiões produtoras de carne e leite do mundo (Santos et al., 2002).

A variabilidade estacional na quantidade e qualidade do alimento fornecido é uma característica inerente aos sistemas de alimentação baseados na utilização de pastagens e se constitui numa das principais limitantes para elevados níveis de produtividade. Existem três maneiras de aumento de renda que podem ser aplicadas na atividade de leite: a) aumento de escala de produção; b) redução de custos; c) melhoria na qualidade do produto.

Deve-se selecionar aquelas tecnologias que beneficiem cada sistema, incorporando-as paulatinamente, pois muitas não exigem investimento ou trabalho adicional e podem resultar em mais lucro, como agregação de valor, aumento de competitividade, redução de custos de produção, diminuição de trabalho, aumento de bem-estar, preservação ambiental, enfim melhoria de qualidade de vida da família rural e dos consumidores. Essas premissas podem ser compatibilizadas com a manutenção do Sistema Plantio Direto (SPD) e Integração Lavoura-pecuária (ILP).

A forma mais econômica de produção de leite, em geral, é aquela que consegue maximizar o componente forrageiro de pastagens bem manejadas, independente da qualidade genética da vaca leiteira. Comprova-se essa assertiva por LEAVER (1985) que estabelece uma relação do custo de energia metabolizável vinda da pastagem, da forragem conservada (feno ou silagem) e de grãos (Tabela 1).

Tabela 1. Custo relativo da energia metabolizável para produção de leite

Fonte: Adaptado de Leaver (1985)

Comparado a aves e suínos, o ruminante é pior conversor de grãos em alimentos nobres como carne e leite. Assim, deve-se potencializar a capacidade do ruminante de ingestão de fibras não aproveitáveis diretamente pelo homem. Os ruminantes, através de microrganismos do rúmen (bactérias, fungos e protozoários) conseguem por meio de processos biológicos complexos aproveitar esses alimentos grosseiros e fornecer nutrientes para serem transformados em produtos nobres como as carnes vermelhas, leite, couro e lã.

O planejamento forrageiro para produção de forragem de bom valor nutritivo com boa distribuição estacional deve basear-se em tecnologias sustentáveis. O produtor rural que adota o manejo de planejamento forrageiro compreende melhor as necessidades do rebanho de acordo com cada categoria animal da propriedade, sendo que, mesmo com áreas pequenas e com topografia desfavorável é possível realizar um diagnóstico preciso da relação entre a área forrageira a ser implantada e a capacidade de lotação dos animais que suporta essa área.

O plantio adequado das pastagens é uma das etapas a serem desenvolvidas, porém a inclusão de volumosos, tais como, (silagem, feno e  pré-secado), além do uso de ração, são essenciais para uma dieta adequada e balanceada, visando um equilíbrio  na relação entre custos e produção, proporcionando uma renda ideal para a permanência das famílias no meio  rural com qualidade de vida.

Referências Bibliográficas

FONTANELI, Rob.S. - Produção de leite de vacas da raça holandesa em pastagens tropicais perenes no Planalto Médio do Rio Grande do Sul.

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