Geral

Fomento Leiteiro Auriverde: O que é o período de transição de vacas leiteiras?

Por: Guilherme Mattos Leão

Médico Veterinário, MSc., Doutorando em Zootecnia (UFPR)

Dep. Técnico Fomento Leiteiro Auriverde

 

O período de transição é caracterizado pelas três semanas anteriores (Pré-parto) e posteriores (Pós-parto imediato) em relação ao momento do parto. Trata-se de um período de alta relevância para as vacas leiteiras, uma vez que é marcado por intensas mudanças metabólicas e hormonais que acabam tendo impacto sobre toda a lactação.

Além disto, vários estudos comprovam que neste período há maior incidência de doenças, que são facilitadas pela alta variação hormonal e metabólica, o que implica na diminuição da capacidade imune do animal. Ou seja, neste momento o animal está mais susceptível a desenvolver uma doença. Exemplos comuns de doenças que ocorrem neste período são a hipocalcemia (“descalcificação”, febre do leite), cetose, deslocamento de abomaso, metrite (Infecção de útero) e retenção de placenta.

Estas alterações de hormônios são decorrentes, primeiramente, pela diminuição da quantidade de alimento ingerido nesse período (NRC, 2001). Este comportamento alimentar aliado com a alta demanda de energia e proteína para a produção leiteira logo após o parto acaba predispondo o animal à ocorrência do balanço energético negativo. Este balanço negativo acaba fazendo com que a vaca emagreça de maneira brusca.

Normalmente, esta diminuição no consumo alimentar é maior em novilhas do que vacas conforme pode ser observado na figura 1. Por isto, devemos realizar um manejo pré-parto bem feito, fazendo com que os animais consigam consumir bem os alimentos. Deve-se, neste período, minimizar toda e qualquer chance de deixar a vaca estressada, ou fazer uma alimentação inadequada, pois tudo o que for feito errado será levado para toda a lactação, refletindo em redução do potencial de produção de leite, e favorecimento dos já citados problemas sanitários e reprodutivos.

Alguns cuidados que devem ser tomados no pré-parto são: manter os animais em piquetes ou instalações limpas, e sobretudo, próximas a casa do produtor. Isto é necessário para que a vaca que está neste ambiente seja facilmente reconhecida e observada com frequência, para que no momento do parto, o produtor consiga monitorar a vaca e, caso seja necessário, intervir. Este piquete também deve conter água limpa e sombra.

Com relação à oferta de forragem, deve-se evitar piquetes de pastagem de inverno (Aveia, Azevém ou consórcio). O motivo para isto seria que estas pastagens contêm altos níveis de potássio, o que pode facilitar a ocorrência de hipocalcemia. Uma medida de se evitar o problema, além de evitar o acesso a estas forragens, seria a inclusão de sais aniônicos. Estes sais são próprios de rações e sal pré-parto e possuem uma quantidade maior de enxofre e cloro, que por sua vez, garantem uma prevenção da hipocalcemia.

Figura 1. Comportamento do consumo de matéria seca em porcentagem do peso vivo de vacas e novilhas leiteiras com relação ao dia do parto segundo o NRC (2001).

 

No pós-parto, o monitoramento também deve continuar, e deve ser analisado alguns pontos como a qualidade do colostro dos animais, a quantidade de peso perdido pelas vacas e a sua condição corporal. Anotar quais os animais, que tiveram problemas neste período, também são importantes, para checar a incidência de doenças e possibilitar uma análise que permita identificar os gargalos da propriedade.

Em resumo, o período de transição é essencial na vida da vaca, e quão melhor ele for, mais condição a vaca terá de ser produtiva e rentável, independente do sistema de produção adotado pelo produtor.

 

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