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Fomento Leiteiro Auriverde: Influência das altas temperaturas sobre a reprodução em vacas leiteiras

Na bovinocultura de leite, o período de altas temperaturas, especialmente no verão, reflete na atividade leiteira e desencadeia uma onda de problemas de produção e principalmente problemas reprodutivos, como repetições de cio e alguns casos de aborto. Quando ocorre aumento da temperatura e da umidade, o desempenho reprodutivo das vacas leiteiras sofre uma influência negativa, aumentando o nível de estresse por algum destes fatores.

O resultado deste estresse calórico reflete na redução da eficiência da detecção de cio, falhas na ovulação (quando a vaca entra em cio, mas não ovula), e também o aumento da perda embrionária nos primeiros dias da inseminação até aproximadamente 45 dias de gestação.

Estudos têm mostrado que em dias muito quentes, as vacas procuram ficar na sombra e não fazem atividades que levem o aumento da produção de calor, como por exemplo, montar uma nas outras quando tem vaca em cio. Portanto nos dias quentes as vacas que estão em cio montam poucas vezes e a duração do tempo do cio também diminui, consequentemente, dificultando a detecção do mesmo.

Estudos realizados por pesquisadores mostraram um aumento em torno de 3,4% na falha de ovulação em épocas com temperaturas ambientais de até 25º graus e de 12,4% na falha da ovulação quando as temperaturas ultrapassam os 25º graus, temperatura esta que ocorrem agora nesta época do ano em nossa região.

É de suma importância também ressaltar que dentro de um sistema de criação de bovinos de leite, os animais que mais sofrem com o estresse calórico são as vacas em lactação, em comparação com novilhas e animais mais jovens. Portanto no verão, estação do ano na qual o estresse térmico é maior, este é o fator mais importante para as baixas taxas de fertilidade das vacas leiteiras inseminadas e submetidas ao touro.

Segundo pesquisas, a taxa de concepção das vacas, ou seja, de ficarem prenhas, reduz na estação quente em torno de 20% a 30% a possibilidade de emprenharem quando comparadas a outras estações, como o inverno.

É importante destacar que com a evolução da genética resultando em vacas de porte maior e de alta produção, se agravou ainda mais a síndrome de redução da fertilidade no verão, uma vez que o aumento da produção de leite ou vacas que produzam bastante leite leva também ao aumento no seu metabolismo resultando em um aumento da temperatura metabólica do animal.

O estresse calórico também resulta na diminuição da circulação do sangue para o útero e com isso leva um aumento da temperatura interna, que pode levar ao insucesso da implantação do embrião e morte deste.

Figura 1: efeitos do calor nas vacas de leite.

Por tanto amigo produtor, para amenizar os efeitos das altas temperaturas recomendamos manter as vacas num ambiente o mais fresco possível, evitando-se com isso quedas acentuadas na produção de leite e na eficiência reprodutiva durante o verão.

Sempre que possível, deve-se adotar mecanismos para amenizar o calor e refrescar as vacas (sombra, ventilador, aspersão) nos cochos, nos locais de descanso e fornecer água fresca, de boa qualidade e em quantidade suficiente. Água em quantidade e de boa qualidade é indispensável para a produção de leite.

Foto 01: Água fresca e de boa qualidade

É Importante destacar que colocar os touros com as vacas durante o verão para resolver os problemas reprodutivos decorrentes do estresse térmico não é uma boa solução. Os touros também são afetados pelo estresse térmico, eles ficam menos ativos (menor capacidade de monta) e a qualidade do sêmen também é afetada.

 

Diogo José Cembranel

Médico Veterinário

CRMVSC 4518

Fomento Leiteiro Auriverde

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