Geral

Fomento Leiteiro Auriverde: Formação de pastagens em propriedades rurais

Por: Hélio Prestes

Técnico Agrícola – CREA 61526-8

Dep. Técnico Fomento Leite Auriverde.

 

Estamos no mês de março e já se recomenda o planejamento e o plantio das forrageiras de estação fria. Para obtermos uma excelente oferta de pastagens ao rebanho bovino, seguem algumas dicas práticas de implantação dessas forrageiras. Nos sistemas de produção em pastagens anuais ou perenes, é evidente que o uso correto do solo deve ser eficiente para que, ao menos na parte de nutrição, as forrageiras tenham seu melhor desempenho e aflorem seu potencial.

Um solo bem manejado, seja pela baixa ou nula infestação de pragas, ou pelo aporte de nutrientes, atua de forma direta sobre o sucesso da pastagem. O fato de encarar o pasto como uma cultura, parece ser um mito para muitos produtores. Comumente, as áreas pouco produtivas ou ainda chamadas de áreas problemas são destinadas às pastagens. Assim, todo o manejo deste pasto fica comprometido em função da baixa resposta da forragem.

Ao pensarmos que o sistema deve suportar o máximo de lotação, qualquer que seja o manejo adotado para tal fato, implicará no insucesso pois não haverá condições favoráveis para o crescimento da forragem. O investimento na formação ou implantação de pastagem pode ser considerado uma das atividades mais importantes, sob o ponto de vista econômico.

Esta prática é tão importante, que deve ser considerada como um plantio semelhante a outras culturas, e, como tal, o produtor deve procurar, da melhor maneira possível, as técnicas mais recomendadas à formação da pastagem em sua propriedade. Sabe-se que a produtividade do pasto está intimamente relacionada, dentre eles, com a escolha do local para implantação da pastagem, escolha das espécies forrageiras (não existe forrageira milagrosa e sim a mais adequada para cada caso), época de plantio e preparo do solo.

Ainda, plantar no momento certo é uma importante ferramenta para o sucesso. Em relação ao local de plantio, deve-se considerar que as altas produções são obtidas em solos de maior fertilidade. A escolha do lugar para as pastagens depende da topografia, das aguadas e da facilidade de se realizar a construção de cercas. A maioria das espécies forrageiras não tolera solos encharcados.

Ainda, locais que apresentam árvores ou bosques, são indicados para promover o bem-estar animal, protegendo os animais do sol, das chuvas e ventos frios. Com relação ao preparo do solo, este deve estar limpo, longe de cupins, plantas invasoras e demais objetos que venham atrapalhar a mecanização do processo. Ainda, todo um preparo de contenção de água por meio de curva de nível é necessário para que não somente sirva para preservar o meio ambiente, mas também para que não prejudique a uniformização e emergência das plantas em função de enxurradas na área.  

O sistema de plantio varia de acordo com o tipo de solo, pedregosidade e os implementos agrícolas disponíveis na propriedade. Para o plantio, as quantidades de adubo já devem estar prontas para que seja feita a aplicação e ainda se for adubação orgânica aplicar de forma antecipada. O calcário (se necessário na área) já deve ter sido aplicado 30 dias antes deste plantio. Além disso a análise de solo deve ser feita com antecedência para determinação do processo a ser feito em relação à correção do solo.

No plantio, geralmente é colocado o adubo fosfatado preferencialmente incorporado ao solo (adubo para crescimento da raiz), deixando o adubo potássico (se necessário) e nitrogênio para serem aplicados em cobertura nos ciclos de pastejos. Depois de feito isso, a semente deve ser distribuída na superfície do solo e compactada utilizando-se rolos leves feitos de pneu, tambores ou galhos de árvores, para compactar, ou ainda, promover o contato da semente com o solo. É importante lembrar que o plantio por semente também pode ser feito por semeadoras, que dispensa o uso de rolos, pois desempenha a incorporação da semente no solo.

Para pastagens implantadas por meio de mudas, como o Capim Pioneiro, Tifton, dentre outros se utiliza um método um pouco diferente. Pode-se utilizar, depois da área preparada (gradeada), a construção de sulcos a uma profundidade de 15 a 20 cm, com espaçamento por volta de 50 cm. Em seguida, devem-se distribuir as mudas nos sulcos de maneira uniforme e cobri-las parcialmente com terra. A cobertura total das mudas deve ser evitada, para que a rebrota não seja prejudicada.

Ainda, pode-se utilizar a distribuição das mudas sobre a superfície do solo, com imediata incorporação das mudas, por meio de uma leve gradagem. É um método prático, mas exige maior quantidade de mudas e de cuidados especiais, para que sejam bem incorporadas ao solo.

Um terceiro método, seria fazer covas na área, com espaçamento de 40 a 50 cm, e levemente cobertas com terra exigindo mais mão-de-obra. Devemos lembrar que a umidade de solo imediata no plantio por muda é primordial para o sucesso de todo o processo. O plantio por semente, permite que a chuva demore até 15 dias em alguns casos para que ocorra e efetue a umidade do solo.

No entanto, um solo úmido é necessário em todo o processo, seja por muda ou semente. É importante lembrar que todo processo deve ser feito com responsabilidade e para que seja o mais eficiente possível, todo cuidado deve ser levado em consideração, desde a regulagem de máquinas, sendo efetuada no momento certo e de forma correta. Assim, é importante que saibamos que as quantidades recomendadas devem ser muito próximas às aplicadas.

Em resumo, é vão procurar por pastagens "milagrosas" (mais produtivas, baixa exigência em fertilidade, tolerantes a seca, resistentes a pragas e sem estacionalidade de produção). Com certeza absoluta, esta pastagem não existe. Toda planta forrageira apresenta determinadas vantagens e limitações.

Todavia para que haja produção e consequentemente correta utilização da pastagem escolhida, é fundamental que se estabeleçam inicialmente, níveis de fertilidade adequados para cada forrageira em questão. Um solo bem implantado e um manejo correto aliado a escolha correta da forragem em cada sistema, aumenta a vida útil da pastagem e consequentemente do sistema.

Área com excelente stand da Pastagem Convert, na propriedade do associado Jonas Gaedicke, Linha Santa Fé, Iraceminha - SC.

 

Referências Bibliográficas:

Marco Aurélio Factori: Professor na UNOESTE - Presidente Prudente Zootecnista, Dr. em Zootecnia pela FMVZ/UNESP - Botucatu SP. Manejo de Pastagens, Conservação de Forragens e Nutrição Animal com foco em nutrição de Ruminantes.

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