Geral

Fomento Leiteiro Auriverde: Controle de Roedores

Por: Jonatan Zanchi

Médico Veterinário – CRMV/SC 05135

Dep. Técnico Fomento Leiteiro Auriverde.

 

Considerados um risco para a saúde humana, como também para os animais, os ratos constituem uma importante fonte de infecções como Salmonelose e leptospirose. Existem mais de 2000 espécies de roedores distribuídas pelo mundo, sendo que cerca de 125 estão classificadas como pragas e 3 são de grande importância para o homem. As três principais espécies em importância na transmissão de doenças são: Rattus norvegicus, (ratazana), Rattus rattus, (rato de telhado ou rato preto) e Mus musculus (camundongo).

 

Comportamento dos roedores

É muito importante o conhecimento das habilidades de cada espécie dos roedores para tomarmos uma boa medida preventiva tanto na construção das instalações como medidas de controles.

Os roedores possuem visão adaptada para ambientes escuros. Não enxergam muito bem de dia, não percebem as cores, somente a variação de claro e escuro. Possuem um paladar altamente desenvolvido. Rejeitam alimentos estragados, possuem um olfato muito apurado e um dos sentidos mais desenvolvidos nos ratos é o tato, devido à presença dos pelos sensitivos, presos no focinho, e pelos tácteis espalhado no corpo.

A audição é apurada e muito sensível a ruídos estranhos, habilidade muito importante devido ao hábito noturno. Os roedores se adaptam muito bem a qualquer tipo de ruídos. As ratazanas são excelentes nadadoras e mergulhadoras. Também são excelentes escavadoras, construindo galerias de passagem e acesso aos ninhos e fontes de alimento.

Os camundongos constroem ninhos dentro de paredes, no interior das residências e escritórios, em rede de esgoto abandonada, em jardins ou onde houver acúmulo de materiais (papelões e papéis). Os forros e telhados de residências ou instalações rurais, costumam frequentemente, hospedar os chamados ratos de telhados ou rato preto pela presença de abrigo e água, através de caixas de água com vazamento ou incorretamente fechadas.

Os roedores (ratazana, rato de telhado/rato preto e o camundongo) vivem em colônias bem definidas que variam de extensão segundo a espécie. O território de um grupo de camundongos, não excede 3 metros de cada lado. Já os ratos de telhado, possuem um território que varia entre 30 ou 40 metros de cada lado, enquanto as ratazanas estabelecem um território que raramente excede a 50 metros de cada lado, a identificação das 3 espécies de ratos não é difícil como mostra a figura a seguir.

 

Figura 1 – Espécie de roedores e respectivos comportamentos

Fonte: Novartis Animal Health.

 

Os ratos dominantes da colônia são os machos e as fêmeas mais fortes em idade de reprodução, enquanto os dominados são os ratos jovens ou muito velhos. Porém, ao identificar uma nova fonte de alimento (iscas) no território, o dominante espera o dominado ingerir parte deste novo alimento, no aguardo de sinais de que este alimento é seguro. Por isso, raticidas que têm efeito imediato, demonstram resultado insatisfatório no controle, não acabam com todos os roedores e após um período, reaparece a infestação com os dominantes que não ingeriram a isca, os quais rejeitam a isca e o local em que se encontravam. 

Outro fator interessante é que os roedores controlam a quantidade de indivíduos de acordo com a disponibilidade de recursos. Esse controle é realizado através do canibalismo, onde os dominantes se alimentam dos filhotes. Quando ocorre a morte de alguns indivíduos, a colônia rapidamente se organiza para repor os que morreram. Esta reposição geralmente é muito superior à necessidade da colônia, ocasionando a criação de outras novas colônias. Na prática isso é denominado efeito "bumerangue". Por isso é importante a utilização de raticidas que não ocasionem a morte dos animais rapidamente, sendo ideal que demore alguns dias para que os ratos acreditem ser um alimento seguro e o maior número possível da colônia ingiram o raticida.

 

Figura 2 – Esquema do efeito bumerangue

Fonte: Novartis Animal Health.

 

Controle integrado

A presença de roedores em qualquer lugar está associada à alguma disponibilidade de alimento, água e abrigo em que se sintam seguros. Acrescentando as características comportamentais e reprodutivas destes animais, encontramos uma situação em que o controle somente alcançará o efeito desejado através da adoção de medidas combinadas. O controle deve ser através de um conjunto de ações preventivas, corretivas e a eliminação física do roedor. Só assim é possível a redução dos níveis de infestação dos roedores, baixando-os a valores toleráveis ou aceitáveis.

Para um controle eficaz, é necessária a identificação das espécies de roedores presentes na propriedade, manter a área externa limpa e sem entulhos, materiais empilhados (madeiras, canos, telhas), grama devidamente aparada, poda de galhos de árvores que estejam sobre as construções, pois os ratos podem saltar até 1,25 metros, eliminar ou proteger as fontes de água. É necessário ainda que se armazene de forma protegida os cereais, alimentos e rações, além de acondicionar o lixo em recipientes a prova de roedores dificultando o acesso.

 

Eliminação dos roedores

Controle químico é o método mais utilizado para eliminação de infestações já existentes. Consiste na utilização de substâncias anticoagulantes, incorporadas a iscas, o que vai causar hemorragias nos roedores.

A legislação brasileira proíbe a fabricação de raticidas agudos, por uma questão de segurança em vista da grande toxicidade dos mesmos e o risco de acidentes na sua utilização. Os raticidas agudos, para efeito de informação, são de ação instantânea (24 horas), por contato, ingestão ou inalação. São substâncias tóxicas como: arsênico, estricnina, cila vermelha, antú (1080 e 1081), sulfato de tálio, norbomida, entre outros.

Os raticidas (anticoagulantes impregnados em iscas), devem ser aplicados em porta-iscas (caixas pretas ou canos PVC com 30 cm). Dessa forma, as iscas ficam protegidas das condições ambientais externas (chuva), ficando inacessíveis para homens e animais domésticos. Já os raticidas de contato são aplicados nas entradas de tocas ou locais por onde os ratos circulam. Esse pó adere nas patas dos roedores e devido ao seu hábito de se lamberem, após o contato com o mesmo, se contaminar com o produto anticoagulante.

Para um bom controle, não basta apenas buscar a eliminação dos ratos. É preciso uma série de procedimentos para eliminar ou diminuir os locais onde os mesmos possam utilizar como refúgio ou esconderijo.

 

Fontes:

https://www.milkpoint.com.br/anuncie/novidades-dos-parceiros/novartis-responde-como-combater-ratos-em-minha-propriedade-79322n.aspx.

https://saudeanimal.bayer.com.br/pt/bovinos/controle-de-pragas/controle-integrado-roedores.php.

https://www.milkpoint.com.br/anuncie/novidades-dos-parceiros/programa-de-controle-integrado-dos-roedores-em-areas-rurais-72389n.aspx.

Precisamos utilizar cookies para coletar informações sobre sua navegação em nosso site e melhorar sua experiência. Visite nossas páginas para maiores informações clicando nos seguintes links Política de Privacidade e Política de Cookies
Você aceita o uso de cookies?
Cookies necessários
Google Analytics
Facebook Ads

Auriverde Matriz
(49) 3646 3700 / Cunha Porã - SC
auriverde@cooperauriverde.com.br