Por: Jonatan Zanchi

Médico Veterinário CRMV/SC 05135

Especialista em Nutrição de Bovinos Leiteiros

Dep. Técnico Fomento Leiteiro Auriverde

Uma das principais carências de um bovino leiteiro é por energia. Sabe-se que uma vaca em lactação necessita muito mais energia na dieta do que proteína para a produção de leite e manutenção corporal. Logo, esse é o principal motivo para que os animais no período pós-parto tenham uma grande perda de reserva corporal.

Geralmente se tem uma preocupação com a proteína e busca-se muitas vezes rações com altos teores de proteína, desequilibrando assim a dieta dos animais. Além do mais, estes produtos são mais caros, pois o farelo de soja que é a principal fonte de proteína tem um valor relativamente alto.

Especialmente na estação fria, na região sul do Brasil, temos a vantagem do plantio de aveia e azevém, que quando bem manejados, trazem resultados excelentes na produtividade do rebanho leiteiro. Como são culturas ricas em proteína, favorecem o uso de concentrados específicos, com rações de alta energia, com minerais, vitaminas e aditivos que otimizam a produção de leite.

A aveia pode chegar a ter mais de 20% de PB e produzir de 4 a 6 toneladas de MS/ha. O azevém tem produção por hectare semelhante, porém pode ter mais proteína ainda do que a aveia. Por essa diferença no período de corte/pastejo, essas duas culturas funcionam muito bem quando consorciadas, aumentando a produtividade por hectare na propriedade, pois essa área que produziu cultura de verão, é também utilizada com sucesso no inverno, reduzindo o custo de produção por hectare.

Um erro muito comum cometido pelo produtor é que quando se tem uma alta produção de pastagem de aveia e azevem ele reduz ou elimina o fornecimento da silagem ou outra fonte de volumoso para forçar o maior consumo da pastagem, sendo que com esse manejo, acontece um desequilíbrio na dieta, acarretando em problemas para os animais.

Para obter melhores resultados na produção de leite durante o inverno, é importante saber escolher a ração que deve complementar a pastagem nesse período e tomar cuidados quanto a problemas de excesso de proteína e acidose no rebanho.

Além da escolha de uma boa ração, outra forma muito interessante e de custo relativamente baixo é a utilização de silagem de milho, que possui grande valor energético, sendo que quanto maior a participação de grãos mais energética a silagem se torna. Também não se deve esquecer o fornecimento de uma fonte de fibra para os animais, pois a pastagem de inverno possui pouca fibra e pouca matéria seca e por isso uma alta taxa de passagem, o que vai fazer com que os animais produzam fezes moles semelhante a diarreia.

Fonte:

http://www.conhecer.org.br/enciclop/2011b/ciencias%20agrarias/uso%20de%20silagem.pdf

http://www.nupel.uem.br/pos-ppz/pastagens-08-03.pdf