Geral

Fomento Leiteiro Auriverde: a dieta impacta nos sólidos do leite?

Guilherme Fernando Mattos Leão
Médico Veterinário, MSc., Doutorando em Zootecnia (UFPR)
Consultor Técnico Auriverde

A nutrição é um dos principais aspectos que podem alterar a composição do leite. Quando se fala de composição do leite, em termos nutricionais, os fatores que mais chamam a atenção são o teor de gordura, de proteína e o de lactose. Na avaliação destes três componentes, o que maior tem variação é a gordura, seguido pela proteína e o teor que praticamente não se observa variação seria a lactose. Os principais motivos nutricionais que levam a estas alterações nestes componentes serão demonstrados neste artigo.

Quando se fala em gordura, particularmente deve-se ressaltar que está relacionada com a qualidade e processamento de alimentos volumosos, tais como silagens, fenos, pré-secados, etc. Por exemplo, se temos uma silagem de milho, com alta quantidade de grãos (o que condiciona uma quantidade maior do nutriente amido) e muito picada (Tamanho de partícula pequeno), uma das respostas esperadas seria a redução da gordura do leite. Mas qual o motivo?

De maneira simplista, quando temos situações em que alimentamos o animal com altas quantidades de fontes de energia que são altamente digestíveis no rúmen (Um dos estômagos da vaca) e de maneira desbalanceada, os ácidos produzidos no rúmen se acumularão, causando um processo chamado acidose. Isto tem impacto de maneira generalizada no animal, e uma das consequências acaba sendo a diminuição da gordura do leite (como citado no exemplo anterior).

O uso de gordura de óleo de soja também tem efeito negativo sobre o teor de gordura do leite, então seu uso deve ser realizado mediante orientação de um nutricionista.

O teor de proteína, por sua vez, é influenciado primeiramente pelo teor de proteína na dieta. Se temos dietas com deficiência de proteína, geralmente teremos baixa proteína no leite. Por outro lado, se temos dietas com excesso de proteína, isto não necessariamente gera um aumento no teor de proteína do leite, mas sim nos níveis de nitrogênio ureico no leite (NUL ou simplesmente chamado de ureia).

Se tivermos NUL alto (Acima de 14 mg/dL, demonstrados nas análises do leite) temos um quadro de excesso de proteína ou falta de energia nas dietas. Neste cenário, o NUL alto representa um prejuízo econômico (Pois estou jogando um nutriente caro fora) e que pode ocasionar inclusive problemas reprodutivos, em casos mais extremos.

Por outro lado, valores de Proteína alta no leite também é sinônimo de ambiente ruminal sadio, pois em casos de acidose, pode ocorrer diminuição da proteína do leite, embora em menor magnitude que a gordura. A composição do leite de uma vaca em processo de acidose ruminal consegue apresentar a gordura inclusive em teor menor que a proteína, caracterizando o processo de inversão de gordura e proteína.

A análise do leite pode lhe indicar que a dieta do seu rebanho não está bem equilibrada. Fique sempre atento, e em caso de dúvidas consulte um nutricionista! Lembre-se, o insucesso neste ponto também significará o insucesso no faturamento do produtor. 

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