A cultura do trigo no Brasil não tem recebido a merecida atenção por parte do governo: não há planejamento e muito menos investimentos financeiros e o custo de produção tem aumentado cada vez mais. Para muitos agricultores, produzir trigo tem sido uma aposta, muitas vezes arriscada, nos últimos anos. Mas em 2016, quem acreditou na cultura se deu bem e apesar da diminuição da área plantada, a produtividade ganhou destaque.

Alguns fatores contribuíram para que a safra de trigo deste ano fosse excelente em termos de produtividade e qualidade. De acordo com a equipe técnica da Cooperativa Regional Auriverde, o clima favorável, o manejo, a escolha de uma boa semente, a aplicação correta de fertilizantes e tratamentos, aliados a uma excelente assistência técnica oferecida pela cooperativa, permitiram ao cooperado colher bons resultados.

Além do bom manejo e tratos culturais e da correção do solo, seguindo sempre as orientações técnicas, o clima favorável à cultura, foi fator determinante neste ano. Tivemos muitas horas de frio, com geadas na época do perfilhamento e pouca chuva na florada e na colheita do grão, o que é primordial para uma boa produção de trigo, comentam os técnicos da Auriverde Eduardo Pelegrini e Tiago Kuhn.

De acordo com a área técnica da cooperativa, esse clima favorável não ocorreu nos últimos anos (2014 e 2015), o que interferiu negativamente nas lavouras e por consequência na produtividade, que além de ter sido baixa, não apresentou a qualidade necessária para a indústria da panificação. Esse fator fez com que a área plantada de trigo diminuísse em 2016.

Na área de atuação da Auriverde, as principais variedades semeadas pelos cooperados foram o Sinuelo e Ametista, que são trigos indicados para a indústria da panificação, além do Parrudo e o Toruk, indicados para a indústria da confeitaria. A produtividade média entre os produtores associados da Cooperativa Regional Auriverde ficou entre 70 e 75 sacas por hectare, considerada ótima para a região.

Porém alguns produtores tiveram produtividades superiores a esta. É o caso do associado Auriverde Nelson Ponath da Linha Cristo Rei, interior de Cunha Porã. Graças ao excelente manejo aplicado em sua propriedade com acompanhamento técnico por parte da cooperativa e a utilização de insumos e sementes de qualidade, ele atingiu a produtividade média de 97,5 sacas por hectare, um recorde para a nossa região.

Neste ano, segundo dados fornecidos pela área comercial da Auriverde, apesar da diminuição da área plantada de trigo por parte dos cooperados, com o plantio de aproximadamente 2.150 hectares, foram recebidos mais de 131 mil sacas do cereal, produção que será destinada em sua totalidade para moagem e produção de farinhas no Moinho Realta.

Para o presidente da Auriverde Claudio Post, esses números refletem o compromisso da cooperativa em proporcionar as melhores condições para que o associado possa produzir mais. Nossos técnicos têm um papel muito importante no aumento da produtividade. São eles que orientam o produtor, indicando as melhores tecnologias em sementes, fertilizantes e insumos, além do melhor manejo a ser adotado. Mas o associado também tem feito a sua parte, investindo em correção de solo, rotação de culturas e manejo adequado. E o resultado só podia ser este: excelentes produtividades e ótima qualidade no grão para suprir as necessidades da nossa indústria de farinhas, finaliza o presidente.

Cultura da soja

Os técnicos da Auriverde destacam outro fator muito importante relacionado ao plantio de trigo: essa é uma cultura que se encaixa muito bem nas rotações de cultura, interferindo positivamente nas culturas seguintes, especialmente na de soja. Temos observado lavouras de soja plantadas após a colheita do trigo com excelente desempenho e ótimas produtividades.