O produtor de leite e associado da Cooperativa Regional Auriverde Juracir Grunutzky da Linha Araçazinho, interior de Cunha Porã, inaugurou recentemente as novas instalações em sua propriedade, voltadas para a produção leiteira. As instalações consistem em galpão de alimentação com capacidade para abrigar 40 vacas, lava pés e pedilúvios, bem como corredores em alvenaria que permitem melhor conforto aos animais.

Atualmente a propriedade é gerida por Juracir e Lovane com auxílio da filha Jaine, que é acadêmica de Agronomia e colaboradora da Auriverde. Conta com 37 vacas em lactação com uma média de produção diária de 24,77 litros por vaca. Além da atividade leiteira, a família Grunutzky planta milho safra e safrinha numa área de aproximadamente 15 hectares.

Alguns dados técnicos relacionados à propriedade devem ser destacados, pois mostram o excelente desempenho: a média de idade para a primeira inseminação em novilhas é de 14 meses, dentro do considerado ideal; a idade média para o primeiro parto é de 23 meses (valores ideais são de 23 a 24 meses); a média de dias em aberto é de 100 dias (o ideal é entre 85 e 110 dias). Outros dados importantes são a média de dias em lactação, atualmente em 213 dias e a média de intervalo entre partos, que atualmente é de 365 dias, também dentro dos valores ideais.

De acordo com o médico veterinário da Auriverde Diogo José Cembranel, que presta assistência técnica ao produtor Juracir Grunutzky, o investimento no galpão de alimentação visa melhorar manejo nutricional e consequentemente melhorar os índices de produtividade do rebanho, além de oferecer conforto e bem-estar aos animais. Segundo ele, a família Grunutzky está sempre inovando e buscando novas tecnologias e alternativas que visam aumentar cada vez mais a sua produtividade e rentabilidade.

A história da família Grunutzky

Juracir e sua esposa Lovane, após o casamento em fevereiro de 1995, foram trabalhar em uma propriedade de leite a pasto no estado do Rio Grande do Sul, onde adquiriram experiência e permaneceram por três anos. No ano de 1998, o casal mudou-se para outro tambo leiteiro na cidade de Tapera - RS, onde passaram a trabalhar na atividade do leite no sistema de confinamento Free Stall por um período de seis anos e mais dois anos no mesmo sistema em outra propriedade localizada no município de Fortaleza do Vale – RS.

Após este período de experiência, em junho de 2006 retornam ao município de Cunha Porã para trabalhar na atividade de leite. Com visão empreendedora, Juracir e Lovane iniciam em maio de 2007 a atividade de leite na casa dos pais de Lovane, quando na oportunidade alugaram 15 vacas dos pais de Lovane e adquiriram mais 9 cabeças. A média de produção diária na época era de 200 litros por dia com produção média mensal de 6.000 litros, o que dava pouco mais de 8 litros/vaca.

Lovane destaca que na época para se estabilizar na atividade, a produção tinha que ser em torno de 6.000 litros/mês. Com o passar do tempo, mais animais foram adquiridos, sendo que em 2011 a propriedade passou por uma fase difícil, quando 14 vacas da propriedade morreram devido à doença Tristeza Parasitária Bovina.

Apesar das dificuldades, o casal focou na atividade e em setembro de 2011 iniciaram acompanhamento mensal com o médico veterinário Diogo José Cembranel, da Cooperativa Regional Auriverde. Diogo relata que na época iniciaram-se as anotações de controle leiteiro e reprodutivos chegando ao final de 2011 com 20 vacas em ordenha, com uma média de 16,90 litros/vaca/dia.

Os trabalhos de assistência tiveram continuidade e em fevereiro de 2015 Juracir se integrou ao sistema de assistência técnica do Fomento Leiteiro Auriverde, passando então a realizar anotações zootécnicas como despesas, receitas, leite mensal, leite consumido e descartado, além do controle reprodutivo do rebanho.

Neste mesmo ano teve início o processo de seleção de animais e descarte com reposição, tendo como foco a qualidade do leite e a contagem de células somáticas (CCS). Aliado a este processo iniciou-se ainda um programa sanitário de vacinação contra mastite e melhoramento do manejo de ordenha e secagem da vaca, o que gerou uma queda significativa na contagem de células somáticas (CCS).

Além do programa sanitário para mastite, Juracir faz vacinações periódicas contra doenças reprodutivas, além de acasalamento genético e análises bromatológicas dos alimentos consumidos pelo rebanho, bem como controle de CCS mensal.